Diabetes Mellitus (DM) é uma das principais doenças crônicas do adulto e se caracteriza pelo aumento do açúcar no sangue. Dr. Eduardo Tiburcio é médico de família, especialista nos problemas de saúde mais comuns e tem muita experiência no tratamento do diabetes.
O que é diabetes?
O diabetes é uma doença crônica, logo, não tem cura. No entanto, ele pode ser controlado com medidas relacionadas ao estilo de vida e tratamento medicamentoso.
No Brasil, 13 milhões de pessoas sofrem com a doença que se caracteriza pelo acúmulo de glicose (açúcar) no sangue devido a uma redução da produção do hormônio insulina ou do seu mau funcionamento.
Com quem se consultar em caso de diabetes?
O médico de família cuida de todas as pessoas, em todas as faixas etárias, sendo especialista nos problemas de saúde mais comuns, como o diabetes.
Dr. Eduardo Tiburcio é médico de família no Rio de Janeiro formado pela UFRJ e tem vários anos de experiência no tratamento de diabetes.
Na medicina de família, buscamos entender os valores principais do paciente para propor um cuidado específico às suas necessidades.
Isso é fundamental no tratamento do diabetes, pois veremos que ele envolve muito além do que só tomar remédio.
Assim, entender os valores de cada pessoa é fundamental para que se possa propor mudanças de estilo de vida adequadas.
O que causa diabetes?
A insulina é um dos hormônios produzidos pelo pâncreas e a responsável por permitir que as células usem a glicose como fonte de energia.
Ela funciona como uma “chave que abre a porta da célula para que a glicose entre”. Em caso de falta ou mau funcionamento da insulina, o açúcar não entra nas células e se acumula no sangue.
Assim, as causas do diabetes sempre passarão pela insulina, mas os seus diferentes tipos vão ter mecanismos próprios que serão detalhados à frente.
Genericamente, temos como as suas principais causas:
- Excesso de peso (sobrepeso ou obesidade).
- Maus hábitos alimentares com grande consumo de doces e carboidratos (alimentos que quando digeridos “viram açúcar”: arroz, pão, massas, farinhas).
- Paralisação do funcionamento do pâncreas: doenças autoimunes (desregulação do nosso sistema de defesa que passa a nos destruir por nos reconhecer como “estranhos”), sequela pancreatite (inflamação do pâncreas).
- Desregulação do metabolismo durante a gravidez.
- Outras doenças mais raras com alterações hormonais (Cushing, acromegalia, feocromocitoma).
- Induzido por medicação: a principal classe são os corticoides.
Diagnóstico de Diabetes
Vale ressaltar que a quantidade de glicose no nosso sangue varia normalmente ao longo do dia, muito de acordo com o que e quando comemos.
Assim, medidas isoladas de uma glicose um pouco mais alta não necessariamente significam diabetes! Pode ser apenas que você tenha comido há pouco tempo.
Temos 4 critérios principais para o diagnóstico de diabetes e cada um terá um ponto de corte diferente:
- Glicemia de jejum: dosagem da glicose no sangue em jejum (8h sem comer) – está alterada quando acima de 100mg/dL, porém só caracteriza diabetes a partir de 126mg/dL.
- Hemoglobina glicada (HbA1c): percentual de hemoglobina (uma proteína das células do sangue) ligada à glicose – está alterada quando acima de 5,7%, porém só caracteriza diabetes a partir de 6,5%.
- Teste oral de tolerância à glicose: dosagem da glicose no sangue 2h após ingestão de 75g de glicose oral – está alterado quando acima de 140mg/dL, mas só caracteriza diabetes a partir de 200mg/dL.
- Qualquer medida aleatória de glicose acima de 200mg/dL acompanhada de sintomas clássicos de hiperglicemia (glicose elevada).
Vale ressaltar que, exceto pelo critério 4, é importante que haja confirmação do diagnóstico nos outros 3 casos por outro método diagnóstico diferente do utilizado inicialmente.
Sintomas de Diabetes
Na maioria das vezes, o diabetes é assintomático (não tem sintomas)!
No entanto de acordo com a sua classificação, alguns subtipos podem ter sintomas como:
- Aumento do volume de urina (poliúria).
- Urina com açúcar: muitas vezes aparecem formigas no vaso sanitário.
- Aumento excessivo da ingestão de água devido à sede intensa.
- Perda de peso inexplicável apesar do aumento da fome e da ingestão de alimentos.
- Crise hiperglicêmica (cetoacidose): dor abdominal, enjoo/vômito, cansaço, falta de ar, tontura, sonolência podendo evoluir com coma!
Tipos de Diabetes
Como colocado anteriormente, algumas situações mais raras podem acabar levando a um quadro de diabetes. No entanto, pela baixa frequência dessas situações, irei considerar apenas os tipos mais comuns de diabetes.
Diabetes Tipo I
É considerado o “diabetes clássico” por ter os sintomas típicos da doença, apesar de não ser o quadro mais comum (ocorre apenas em 5%-10% dos casos).
Ele é mais comum em crianças e jovens mas também pode ocorrer em adultos. A maioria das vezes tem como causa a destruição autoimune (pelo nosso sistema de defesa) das células produtoras de insulina do pâncreas (células beta).
Como ocorre uma destruição que não regenera, a pessoa pára de repente de produzir insulina e por isso tem os sintomas típicos da doença (sede e fome excessivas, perda de peso, aumento do volume da urina) e precisa fazer o tratamento com insulina.
Diabetes Tipo II
É o tipo mais comum, representando de 90-95% dos casos de diabetes e na maioria dos casos é assintomático (sem sintomas).
Geralmente é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, especialmente idosos. Tem uma relação maior com obesidade, maus hábitos alimentares e sedentarismo (não realizar exercícios).
De modo geral, esses maus hábitos podem levar ao diabetes por dois mecanismos:
- Deficiência relativa de insulina: por muitos anos o pâncreas precisa trabalhar em excesso, após esse longo período, ele “não aguenta” e passa a produzir pouca insulina que é insuficiente para as nossas necessidades.
- Resistência insulínica: o excesso de açúcar (seja por doces ou carboidratos) faz com que as células sejam expostas a muita glicose e muita insulina. Com o passar do tempo, as células vão respondendo menos (ficam resistentes) à insulina que “pára de funcionar”.
Como a origem principal do diabetes II são os maus hábitos, mudanças do estilo de vida são a parte mais importante do tratamento e, às vezes, são suficientes para controlar completamente a doença!
Assim, é comum que muitas pessoas tenham diabetes tipo II e hipertensão juntos pois as duas condições têm os mesmos fatores de risco.
Pré-Diabetes
Chamamos de pré-diabéticos aqueles que apresentam aumento do açúcar no sangue mas em um nível que ainda não é considerado diabetes.
Lembra que todos os exames diagnósticos tinham uma faixa de valor aumentado entre o normal e o ponto de corte para o diagnóstico de diabetes? É justamente essa faixa que caracteriza o pré-diabetes.
Na prática, essas pessoas ainda não têm uma doença, mas apresentam um risco consideravelmente maior de se tornarem diabéticas tipo II e terem outras complicações, principalmente cardiovasculares (infarto, AVC, etc).
Por isso, não existe a necessidade de se tratar o pré-diabetes com medicações, mas é de extrema importância trabalhar mudanças de estilo de vida com foco principalmente na alimentação e nos exercícios físicos!
Diabetes Gestacional (DMG)
Algumas mulheres, durante a gravidez, podem ter uma desregulação do metabolismo fazendo com que a glicemia (glicose no sangue) suba.
Apesar de geralmente os valores atingidos não serem suficientes para o diagnóstico de diabetes, esse aumento já pode trazer complicações tanto para a mãe quanto para a criança.
Por isso, o ponto de corte do DMG é mais baixo e normalmente após o término da gestação ele se resolve.
Entretanto, é importante ficar atento no acompanhamento pós parto se o DMG da paciente não virou diabetes tipo II.
Complicações do diabetes
Complicações Crônicas
O aumento crônico (prolongado e persistente) da glicemia pode causar danos a vários órgãos do corpo.
Quando em excesso no sangue, a glicose vai se ligando a outras estruturas e, com isso, vai aos poucos lesionando os vasos sanguíneos, de forma semelhante à pressão alta.
Como na hipertensão, os menores vasos são os que começam a sofrer primeiro com a hiperglicemia (glicose elevada) e podem causar diferentes problemas de acordo com o órgão acometido:
- Cérebro: acidente vascular cerebral (AVC).
- Coração: infarto e insuficiência cardíaca (“coração grande”).
- Rins: insuficiência renal crônica.
- Artérias: doença arterial obstrutiva periférica e úlceras (feridas nos pés).
- Olhos: retinopatia diabética (comprometimento do fundo de olho que afeta a visão).
- Nervos: neuropatia periférica (perda da sensibilidade que começa pelas extremidades e favorece machucados que podem evoluir com feridas maiores).
Se você já leu o artigo de hipertensão com certeza percebeu que muitas complicações do diabetes são semelhantes às da pressão alta.
Isso acontece porque ambos comprometem o funcionamento dos vasos sanguíneos e do coração (problemas cardiovasculares) apesar de cada um fazer por seu próprio mecanismo.
Além disso, são os mesmos maus hábitos de vida que favorecem o desenvolvimento tanto do diabetes quanto da hipertensão. Por isso, também é muito comum ter as duas condições juntas.
Complicações Agudas
A principal complicação aguda do diabetes é a cetoacidose diabética, um quadro grave que necessita de internação hospitalar, geralmente em CTI.
Ela é mais comum no diabetes tipo I mas também pode ocorrer no tipo II.
Quando a pessoa está com mau controle do açúcar, ou ainda não sabe ser diabética, a glicose tem dificuldade de ser usada como fonte de energia se acumulando em altos níveis no sangue.
Assim, nosso organismo usa outras fontes de energia para manter suas funções como gorduras e proteínas. O metabolismo dessas outras fontes de energia leva à produção das cetonas, um componente que pode ser tóxico quando em excesso.
O acúmulo das cetonas leva à cetoacidose diabética (acidez do sangue pelo acúmulo de cetonas no diabetes).
Os principais sintomas da cetoacidose são:
- Glicose acima de 400 mg/dL
- Náuseas (enjoo)/vômitos
- Dor na barriga
- Cansaço com falta de ar
- Mau hálito (de maçã podre)
- Aumento do volume de urina
- Tontura, sonolência e, em casos muito graves, coma.
A internação é importante para que se faça insulina na veia!
Pacientes com diabetes tipo I que usam medicações que aumentam a liberação de glicose pela urina precisam ter atenção redobrada a esses sintomas, pois têm risco de fazerem cetoacidose mesmo com níveis normais de glicose!
Como evitar as complicações do diabetes?
É muito importante tratar adequadamente o diabetes para evitar suas complicações!
O médico de família cuida de todas as pessoas, em todas as faixas etárias, com os problemas de saúde mais comuns, como o diabetes.
Dr. Eduardo Tiburcio é médico de família no Rio de Janeiro formado pela UFRJ e tem vários anos de experiência no tratamento do diabetes.
Na medicina de família, buscamos entender os valores principais do paciente para propor um cuidado específico às suas necessidades.
Isso é fundamental no tratamento do diabetes, pois veremos que ele envolve muito além do que só tomar remédio.
Assim, entender os valores de cada pessoa é fundamental para que se possa propor mudanças de estilo de vida adequadas.
Tratamento Não Medicamentoso
Eu sempre gosto de relembrar que: não existe pílula mágica ou “solução fácil para problema difícil”!
A parte mais importante do tratamento do diabetes será as mudanças de estilo de vida que todo mundo sabe que precisa mas (quase) ninguém faz.
- Suporte e informação para a autogestão do diabetes
- Terapia nutricional (orientação alimentar)
- Rotina de atividades físicas
- Apoio para parar de fumar (tabaco, cigarros eletrônicos e maconha)
- Cuidado e suporte psicossocial
Pela grande importância dos hábitos de vida no tratamento do diabetes, cada um desses aspectos será melhor detalhado a seguir.
Suporte e Informação para Autogestão do Diabetes
A primeira coisa nesse momento é não se assustar! Sei que o nome do tópico pode parecer complicado, mas não passa de medidas capazes de garantir que cada paciente desenvolva sua autonomia ao lidar com a própria saúde.
É o que você está fazendo neste exato momento ao ler este artigo e conhecer mais sobre o seu problema de saúde: como ele funciona, suas causas, suas consequências e o que fazer para controlá-lo e viver melhor com ele.
Os principais objetivos do desenvolvimento da autogestão são apoiar:
- A tomada de decisões bem informada.
- Comportamentos de autocuidado.
- A solução de problemas.
- A colaboração ativa entre pacientes e profissionais de saúde para melhorar os resultados clínicos, estado de saúde e bem estar.
É importante ressaltar que o desenvolvimento da autogestão se associa com maior acompanhamento por médicos de família (atenção primária) e uso de serviços preventivos e menor uso de emergências e internações!
Terapia Nutricional
Não existe uma receita de bolo pronta que sirva para todas as pessoas em relação ao percentual da dieta de cada macronutriente (“grupo de alimentos” – carboidratos, proteínas, gorduras).
Assim, a sua distribuição precisa ser individualizada de acordo com padrões alimentares, preferências e objetivos de cada pessoa.
Além disso, os macronutrientes não são totalmente intercambiáveis (passíveis de troca) e variam tanto em tipo de nutriente e, muitas vezes, ainda mais importante, em qualidade!
Por exemplo, carboidratos podem vir de grãos (arroz), legumes (batata) ou frutas e, apesar de serem o mesmo macronutriente que alimentos refinados e processados (biscoitos), seus efeitos na saúde são totalmente diferentes!
Antes de seguirmos para as recomendações, é interessante entender alguns conceitos que são frequentemente confundidos:
- Padrões Alimentares: correspondem a um padrão do total de alimentos e bebidas consumidos, podendo ser relacionados a indivíduos ou comunidades/populações. Por exemplo: estilo Mediterrâneo, abordagem dietética para parar a hipertensão (DASH), plant based, lowcarb, vegetariano, etc.
- Plano alimentar (tradicionalmente chamado de “dieta”): guia individualizado feito pela pessoa junto ao nutricionista para orientar o que, quanto e quando comer baseado no consumo diário.
Então, é frequente encontrar pessoas dizendo que fazem “dietas” (planos alimentares) que na realidade são padrões alimentares.
Quis ressaltar essas diferenças para reforçar a importância do papel do nutricionista para o apoio no desenvolvimento de um plano alimentar personalizado ao paciente com diabetes.
10 Recomendações Alimentares da Associação Americana de Diabetes
- Efetividade da terapia nutricional: é recomendado um programa nutricional individualizado para as necessidades e objetivos do paciente e prescrito por profissional de nutrição.
- Controle do peso: para todas as pessoas com sobrepeso ou obesidade, recomenda-se, pelo menos, a perda de 5% do peso com sua posterior manutenção.
- Padrões alimentares: não existe a recomendação de um padrão específico, o mais importante é ter uma alimentação baseada em comida!
- Carboidratos: priorizar os integrais, mais nutritivos (frutas inteiras ao invés de sucos) e com alto teor de fibras, como os grãos integrais. É possível, mas não é obrigatório, reduzir a quantidade total de carboidratos. Deve-se priorizar o consumo de vegetais sem amido (açúcar – ex vegetais com amido: batata, aipim, inhame, etc). Reduzir/evitar bebidas açucaradas, grãos refinados (farinha) e ultraprocessados (industrializados).
- Proteínas: reduzir o consumo de carne, priorizar peixes.
- Gorduras: priorizar laticínios desnatados, estimular consumo de nozes/sementes.
- Micronutrientes (vitaminas): não é indicada a suplementação rotineira.
- Álcool: consumir moderadamente – limite diário de 2 doses por dia (uma dose = 10g = 200mL cerveja ou 80mL de vinho ou 25mL de destilado). Importante ressaltar: o não consumo de álcool em um dia não acumula para ser consumido em outro dia! Pessoas que não bebem NÃO devem ser incentivadas a iniciar a beber.
- Sal: consumir de forma controlada/limitada.
- Adoçantes: o ideal é beber água em relação a qualquer bebida adoçada, mas adoçantes podem ser considerados como forma de reduzir o consumo de carboidratos se usados controladamente.
Atividades Físicas Regulares
Primeiramente, é importante diferenciarmos dois termos muitas vezes usados como sinônimos quando não são:
- Atividade física: expressão genérica usada para qualquer movimento que aumente o gasto energético que é parte importante do tratamento do diabetes.
- Exercício: forma mais específica de atividade física que é estruturada e planejada para melhorar a forma física.
Vamos dividir o planejamento das atividades físicas em 5 níveis:
- Totalmente sedentário/maior parte do tempo sentado: o primeiro passo é interromper o sedentarismo diário, buscando se movimentar (levantar-se e andar em casa/no trabalho) a cada 30 minutos consecutivos sentado. Isso ajuda a controlar melhor a glicose dos diabéticos e a prevenir o diabetes nos não diabéticos!
- Não faz exercícios mas se movimenta durante o dia: aumentar o tempo de atividade física (movimento do corpo) – por exemplo: caminhada, yoga, trabalhos domésticos, jardinagem, natação, dança.
- Início dos exercícios físicos: recomenda-se, no mínimo, 10 minutos de exercício aeróbico por dia, com meta de 30 minutos/dia, 5 dias por semana (150 min/semana). Não se deve ficar mais do que 2 dias seguidos sem realizar exercícios.
- Acrescentar exercícios de força/resistência: realizar de 2 a 3 dias por semana de exercício de resistência (musculação) em dias não consecutivos.
- Aumentar a intensidade: aumentando a intensidade dos exercícios, por exemplo, corrida a uma velocidade média de 9,7km/h, pode-se reduzir o tempo diário de exercício para 25 min/dia ou 75 min/semana.
Esse planejamento em “níveis” não é uma recomendação fixa/obrigatória a ser seguida, apenas uma divisão gradual da intensidade da atividade física. Nada impede de uma pessoa que seja totalmente sedentária inicie exercícios físicos 10 min/dia (“nível 3”) sem ter feito o níveis 1 e 2 antes.
O mais importante é que você se movimente. Se a evolução gradual for algo que te ajude a se motivar, ótimo! Caso você deseje evoluir mais rápido, melhor ainda!
Apesar de os exercícios serem muito importantes, precisamos tomar alguns cuidados!
Como explicado anteriormente, o diabetes aumenta o risco de doenças cardiovasculares (dos vasos e coração), assim, antes de iniciar exercícios é importante ter avaliação médica para evitar que eles possam desencadear alguma complicação por uma doença cardíaca ainda não diagnosticada!
Além disso, pessoas em tratamento com insulina ou medicações que aumentam os níveis de insulina precisam tomar cuidado com o risco de hipoglicemia, evitando exercícios em jejum e sempre planejando antes com seu médico de família.
Parar de Fumar: tabaco, cigarros eletrônicos ou maconha.
Pessoas com diabetes que fumam ou estão expostas passivamente à fumaça apresentam um risco maior para todas as complicações do diabetes.
Além disso, estudos mais recentes estão sugerindo um possível papel do fumo no desenvolvimento de diabetes tipo II e sua interrupção mostrou uma redução significativa nesse risco ao longo do tempo.
Para completar, pessoas que pararam de fumar tiveram uma expectativa de vida de até 10 anos a mais.
Suporte Psicossocial
Ambientes sociais ou familiares complexos e questões emocionais podem interferir em todas as questões de saúde, e no diabetes apresentam um papel relevante para o seu adequado controle e para o bem estar do paciente.
Como os cuidados com o diabetes envolvem hábitos cotidianos e nós vivemos em família/sociedade, essas relações vão ter impacto diretamente sobre os hábitos, podendo influenciá-los positiva ou negativamente.
Para além disso, a rotina do paciente com diabetes muda consideravelmente após o seu diagnóstico, o que pode trazer um sofrimento emocional relacionado à doença pelo sentimento de limitação que pode ser desenvolvido. “Não posso mais fazer o que eu quero por causa do diabetes” é uma fala frequente.
Assim, é importante periodicamente avaliar os efeitos psicoemocionais que o diabetes pode estar trazendo e estudos já mostram que intervenções psicoemocionais podem melhorar consideravelmente o controle dos níveis de glicose.
O sofrimento emocional relacionado ao diabetes pode acontecer em até metade dos pacientes e muitas vezes está associado a sintomas de ansiedade e depressão, levando a uma pior qualidade de vida.
Tratamento medicamentoso
Existem diversas medicações eficazes disponíveis para o tratamento do diabetes.
Assim, é importante que haja uma decisão compartilhada entre o médico e o paciente para que a terapia seja adaptável à vida da pessoa e nunca o contrário.
Dessa forma, precisamos sempre esclarecer sobre o mecanismo de ação e efeitos adversos possíveis para que a pessoa fique a vontade com o seu tratamento.
Pacientes diabéticos tipo I necessariamente precisarão fazer uso de insulina por uma falta completa desse hormônio. Já os pacientes tipo II não precisam necessariamente do uso da insulina.
No entanto, é muito provável que com a evolução natural da doença, todo paciente diabético venha a precisar de insulina.
Então, se isso não foi conversado com você no início do seu acompanhamento, fique tranquilo caso eventualmente você precise de insulina! Isso não significa uma “falha” ou “fracasso”, então, não se desmotive!
Conclusão
Por se tratar de uma doença crônica que vai acompanhar a pessoa por toda a vida, para o adequado acompanhamento do diabetes, é importante ter uma abordagem que reconheça e considere os valores individuais, ou seja, centrada na pessoa.
Apesar de o diabetes poder ter complicações graves, o seu controle é possível de ser atingido com o comprometimento e trabalho em equipe de profissionais da saúde e pacientes.
Tem diabetes ou ficou com mais alguma dúvida? Não deixe de marcar a sua consulta!
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A boa informação é sempre o melhor remédio!
Fontes e Leituras Complementares
Associação Americana de Diabetes: Protocolo 2024